Você conhece as células-tronco hematopoiéticas?

“A medula óssea é essencial para nosso organismo.”

Ouvimos essa frase desde pequenos, quando começamos a estudar o corpo humano nas aulas de ciência da escola. Mas a verdade é que muitos de nós, quando perguntados o porquê dessa importância, não sabemos responder.

Por isso, hoje vou te dar algumas das diversas respostas possíveis para esse questionamento. Entenderemos a importância da MO a partir das células que ela produz. Vamos lá?

As células-tronco  hematopoiéticas

As células-tronco hematopoiéticas são aquelas responsáveis pela produção de células sanguíneas e da linfa. Elas possuem propriedades de renovação e diferenciação, podendo se dividir constantemente e produzir novas células.

Essa capacidade, chamada auto renovação, é uma propriedade essencial das células-tronco, pois permite a elas a capacidade de fornecer progenitores mielóides e linfóides comuns (progenitores de células do sistema imune).

Algumas dessas novas células permanecem como células-tronco, enquanto outras passam por estágios de maturação e se tornam células sanguíneas formadas ou maduras.

O papel dos vasos sanguíneos

Nesse processo de diferenciação celular em que células troncos se tornam células sanguíneas, os vasos possuem um papel extremamente importante.

Veja bem: apenas as células sanguíneas maduras devem sair da medula para a corrente sanguínea. Para garantir que isso aconteça, os vasos atuam como uma barreira física e evitam que as células imaturas deixem a medula óssea.

Desse modo, para entrar na corrente sanguínea as células precisam ter proteínas em sua superfície que possibilitam a entrada destas nos vasos, proteína essa encontrada somente em células maduras. Incrível, não é?

Modificando a produção de novas células

De maneira geral, a produção de células na medula é constante, mas alguns fatores podem sim influenciar e, em alguns casos, aumentar essa geração de novas células sanguíneas, como:

• Diminuição da oxigenação dos tecidos do corpo;
• Perda de sangue ou anemia;
• Diminuição do número de glóbulos vermelhos.

Nesses casos, nosso organismo produz um hormônio chamado eritropoietina, produzido principalmente nos rins, que estimula a medula óssea a produzir mais glóbulos vermelhos.

Situações parecidas podem acontecer com os glóbulos brancos. As duas mais comuns são:

• Em casos de infecção, nos quais a medula óssea produz e libera mais glóbulos brancos de defesa para combater o processo infeccioso;
• E em casos de perdas graves de sangue, no qual a medula óssea amarela pode se ativar e se transformar em  medula óssea vermelha.

Essa capacidade que a medula óssea vermelha tem de  renovação das células do sangue é incrível, não é?

Abordagens terapêuticas com a  medula óssea

Por esse motivo, ela tem sido utilizada como uma importante ferramenta terapêutica em alguns tipos de câncer do sangue, no qual o transporte de medula óssea substitui a medula óssea doente por células saudáveis.

As células de reposição podem vir do seu próprio corpo ou de um doador. Esse tipo de abordagem pode ser utilizada para tratar doenças como a leucemia, mieloma e linfoma, e outras doenças do sangue e do sistema imunológico que afetam a medula óssea.

Na medicina regenerativa, o aspirado de medula óssea ou o aspirado concentrado da medula óssea tem sido utilizado como tratamento para osteoartrite e outras patologias que afetam o tecido músculo esquelético.

Bom, depois de tudo isso, realmente podemos começar a entender porque a medula óssea é assim tão importante para nosso organismo, certo?